Pré-Socráticos - Xenófanes - terra
Na última metade do século 6 a.C., pontificou outro grande filósofo: Xenófanes de Colofão. Para ele, o conhecimento é uma criação humana. Nós jamais conhecemos a verdade, mas vamos nos aproximando dela, à medida que aprendemos mais e vamos mudando nossas ideias, à luz do que aprendemos.
Para Xenófanes, o elemento primordial (a Arché) é a Terra. A partir do elemento Terra, Xenófanes desenvolve a sua Cosmologia. Xénofanes foi um grande crítico de seu tempo, pois ele combateu acirradamente a concepção antropomórfica (forma humanas) dos deuses e defende um deus único, distinto dos homens, isto é, em nada esse deus pode se assemelhar aos aspectos ou formas humanas. Esse deus seria não-gerado, eterno, imóvel, puro pensamento, e que age através de seu pensamento..
"Mas se os bois, os cavalos e os leões tivessem mãos ou se fossem capazes como os homens de pintar obras com as mãos, os cavalos como os cavalos, os bois como os bois pintariam o aspecto dos deuses, e fariam o corpo deles tal qual cada um deles o tem." (Fragmento15)
Esta reflexão sobre os deuses é uma das mais conhecidas entre os pensamentos que chegaram até nós do filósofo Xenófanes, que nasceu em Colofão, na Jônia, mas foi forçado, por volta dos 25 anos, a deixar sua cidade natal para escapar aos persas.
Ficou famoso com os ataques aos poetas Hesíodo(Teogonia – origem dos deuses) e Homero (aventuras dos Heróis) e aos pensadores Tales, Pitágoras e Epimênides. Nos fragmentos 173 a 175, Xenófanes afirmou a existência de um só Deus, sem forma e pensamento humanos, imóvel e onipotente, mostrando que suas desconfianças lançadas sobre os mitos não visavam extinguir o pensamento religioso, ou a forma mítica em si, mas tão somente a falta de propriedade desse tipo de narrativa em abordar questões religiosas, morais ou, por extensão, tudo aquilo que fosse passível de ser contradito por um discurso "verdadeiro".
Com sua filosofia “panteísta” (o panteísta especula que tudo o que existe é manifestação divina, autoconsciente), dedicou-se a demonstrar a unidade e perfeição de Deus e exerceu influência sobre a escola filosófica da cidade de Eléia, nos séculos posteriores, que se tornaria célebre por grandes filósofos como Parmênides e Zenão.
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