Pré-Socráticos: Heráclito - o fogo - tudo flui
A citação a seguir dá-nos mostras do inegável gênio atribuído a Heráclito, um pensador que se destacou entre os filósofos de seu tempo e, também, adquiriu a admiração de toda a história da Filosofia.
Só vejo o devir. Não vos deixais enganar! É a vossa vista curta e não a essência das coisas que se deve o facto de julgardes encontrar terra firme no mar do devir e da evanescência. Usais os nomes das coisas como se tivessem duração fixa; mas até o próprio rio, no qual entrais pela segunda vez, já não é o mesmo que era da primeira vez
(HERÁCLITO apud NIETZSCHE, 1987, p. 40).
Em seu pensamento, a concepção dialética entre "perto" e "longe", entre "para cima" e "para baixo" e entre "bem" e "mal" fundamenta a sua teoria de que tudo está em constante transformação – "tudo flui " –, sendo o permanente fluir a única característica constante no universo.
Uma característica marcante dos primeiros filósofos é associar a arché (princípio do qual todas as coisas provêm) a um elemento natural.
O fogo, em Heráclito, realiza completamente as funções dialéticas de seu pensamento. Ele entende o fogo não apenas como arché, mas como princípio objetivo, fundamento substancial e não temporal da realidade.
Os outros elementos naturais (água, terra e ar) são as formas passageiras e imediatas do fogo, que representa a essência permanente e, também, a base ontológica do fluir. No Fragmento 22, o pensador grego esclarece: "Todas as coisas se trocam por Fogo, e o Fogo por todas as coisas, como mercadorias por ouro e ouro por mercadorias" (HERÁCLITO apud BURNET, 2006, p. 152). Trata-se de uma visão muito sofisticada de Heráclito de que a passagem do múltiplo ao uno é, na verdade, uma justiça suprema.
Fonte: UOL e Brasil Escola
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